Brasil é o 10º no ranking dos mais empreendedores

Autor: Ana Paula Lacerda

Pesquisa mostra que número de empresas mais duradouras aumentou, porém ainda falta inovação

O Brasil é o décimo país mais empreendedor do mundo. Cerca de 11,65% da população economicamente ativa (ou seja, 13,7 milhões de brasileiros) está abrindo ou abriu um negócio próprio nos últimos 42 meses. Os números são da pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada ontem, que avalia os níveis de empreendedorismo em 42 países.No ano passado, o Brasil aparecia como o 7º colocado. “A queda ocorreu porque novos países entraram na avaliação, e tinham índices maiores que o brasileiro”, explica a coordenadora-técnica do GEM no Brasil, Simara Greco. “Mas o índice de empreendedorismo se mantém o mesmo do ano passado.” O País ficou atrás de Peru, Colômbia, Filipinas, Jamaica, Indonésia, China, Tailândia, Uruguai e Austrália.Uma outra lista do GEM apontou uma mudança positiva: aumentou o número de empresas brasileiras com mais de 42 meses. O percentual delas tem crescido regularmente, e subiu de 7,6% das empresas em 2003 para 12,9% em 2006 (um total de 14,2 milhões de empreendimentos com mais de três anos e meio). “Pode ser um sinal de que o ambiente brasileiro está se tornando mais favorável ao empreendedorismo”, avalia Simara.As taxas de empreendedorismo inicial tendem a ser mais altas nos países de renda média do que nos países de renda alta. Os últimos colocados da lista geral deste ano foram Emirados Árabes (3,74%), Itália (3,47%), Suécia (3,45%), Japão (2,90%) e Bélgica (2,73%).“A explicação para isso é que nestes países as pessoas normalmente empreendem só quando têm uma boa oportunidade. A Austrália é exceção, lá se empreende muito e por boas idéias”, explica a coordenadora. “No Peru, na Colômbia e no Brasil, por exemplo, ainda há muitas pessoas que empreendem por necessidade, ou seja, porque estavam sem emprego e precisavam de uma fonte de renda.”Atualmente, para cada empresa que surge por oportunidade, outra surge por necessidade. “Já tivemos índices piores”, afirma o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. “Ainda há muito a fazer, mas é bom saber que os empreendimentos por necessidade deixaram de ser maioria no Brasil.” Ele afirma que, para que haja um maior número de empreendedores por oportunidade, o País precisa crescer economicamente. “Primeiro, a economia tem de andar. Depois, manter políticas públicas que estimulem o empreendedorismo.”Ele afirma que, com a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que entra em vigor em julho, a situação dos novos empreendedores deve melhorar. “Haverá simplificações que beneficiarão os pequenos empresários. Para o próximo ano, os índices podem estar ainda melhores”, diz Okamotto.INOVAÇÃOSe analisado o potencial de inovação dos empreendimentos brasileiros, 52,7% dos empreendedores iniciais e 60,3% dos empreendedores estabelecidos administram empresas que o GEM classificou como de “mínimo potencial de inovação”. Ou seja, são empreendimentos semelhantes a diversos outros já existentes, sem tecnologia ou gestão avançada.“Esse quadro está muito ligado a fatores de educação e cultura no Brasil”, explica Silmara. “Muitas pessoas não têm acesso a conhecimento tecnológico ou administrativo, ou mesmo não tentam criar uma empresa diferenciada. A cultura empreendedora ainda está em desenvolvimento no Brasil.” -->-->

Fonte: O Estado de São Paulo (18/04/2007)

Comentário meu:
A questão empreender por necessidade em contraste a por oportunidade é em certa medida "falaciosa".
Seria mais apropriado classificar em empreendedores que abrem empresas com capital e aqueles que o fazem sem. Afinal todos os que abrem empresas, e incluo ai o vendedor de cachorro quente em frente ao cinema, e o Bill Gates, o fazem porque acreditam que tiveram uma idéia para "pagar as contas".

Comentários

Conconrdo que os brasileiros necessitam de uma educação mais empreendedora para manterem seus negócios, assunto que deveria ser tratado mais a sério desde o ensino fundamental, pois somos criados com modelos mentais e precisamos nos livrarmos deles para trabalharmos nossa criatividade e coloca-la em prática com conhecimento e maturidade, e´aí que entra o fator educacional.

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