Atitude Empreendedora e Empreendedorismo Corporativo.

Estive outro dia, a convite da Angela Lucas, ministrando uma aula na Pós do Mackenzie sobre empreendedorismo coorporativo. As perguntas que surgiram, tornam patente uma situação "peculiar" do universo empresarial. Diversas empresas querem na sua equipe "empreendedores corporativos"... No entanto, assim que um membro da equipe questiona os procedimentos, ou age "por conta própria", é repreendido, e se sua ousadia resulta em erro ou prejuízo, muitas vezes é punido ou desligado. Esclareço aos gestores, que o empreendedor é muito importante na estrutura, exatamente porque inova, e corre riscos. Correr riscos implica em acertos, mas também em erros... e se uma estrutura é montada para punir os erros decorrentes das tentativas de fazer diferente, então essa estrutura não estimula o empreendedorismo corporativo e a inovação. Por outro lado, também sei que isso não quer dizer que erros não devam ser discutidos e punidos... Isso quer dizer apenas que devemos aprender a diferenciar uma tentativa que deu errado, um projeto que fracassou, uma idéia que não foi adiante, de uma falha por desatenção ou relapso com os procedimentos já estabelecidos. Dois exemplos bem simples:
Imagine que sou o responsável por adquirir sistemas operacionais na empresa onde trabalho. Normalmente compramos Windons. Ora, pensei que a empresa pode economizar uns cobres se eu comprar Linux, mas pouco sei sobre o assunto. Se faço a compra, e funciona, deveria ser premiado pela minha boa idéia... mas o que ocorre se não funciona (por exemplo, é incompatível com o SAP da empresa, ou os usuários não gostam do sistema)? Neste caso, primeiro deve-se verificar como foi a compra. O "empreendedor corporativo" pesquisou em outros lugares que usam Linux? Conversou primeiro para saber outras opiniões? Seguiu os procedimentos padrões da empresa para troca de fornecedor? Fez um teste antes de comprar milhares de micros?
Se ele fez tudo isso, não há razão para repreendê-lo, mas sim para tentar aprender com o erro.
Já um funcionário, que todo dia deve inserir os faturamentos numa tabela, e não faz isso corretamente, deve sim ser repreendido, afinal, isso é ser relapso, e não empreendedor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Heutagogia

V EGEPE – Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas

Louis Jacques Filion